Illness name: fibroadenoma da mama

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Índice
1. O que é o fibroadenoma?
2. Relação com o câncer de mama
3. Fibroadenoma juvenil
4. Causas
5. Sintomas
6. Diagnóstico
7. Tratamento
8. Referências

O que é o fibroadenoma?

O fibroadenoma é o tumor benigno mais comum da mama, presente em cerca de 10% das mulheres. Ele é composto de tecido glandular e conjuntivo fibroso, que é o tecido que suporta a mama.

O fibroadenoma se apresenta tipicamente como um pequeno nódulo mamário, entre 1 a 2 cm de diâmetro, indolor, de forma arredondada e bem definida. À palpação, ele é móvel e sua consistência borrachosa, ao contrário dos tumores malignos, que costumam ser duros, com bordos mal definidos e pouco móveis.

Embora possa surgir em qualquer idade, o fibroadenoma é mais comum nas mulheres na faixa dos 15 aos 35 anos e tende a regredir após a menopausa.

Em cerca de 20% dos casos, a paciente pode desenvolver mais de um nódulo em uma ou ambas as mamas.

Relação com o câncer de mama

Existem dois tipos de fibroadenoma, que são classificados de acordo com as suas características histológicas: simples e complexo. Essa distinção é feita através da avaliação da biópsia por um patologista.

O fibroadenoma simples é aquele que apresenta células uniformes e homogêneas. É o tipo mais comum e não possui risco de sofrer transformação maligna.

Já o fibroadenoma complexo é um tumor com características heterogêneas, podendo apresentar calcificações, cistos, adenose esclerosante, metaplasia ou proliferação celular. Cerca de 15% dos fibroadenomas são complexos.

Pacientes com tumor complexo apresentam um pequeno aumento no risco de desenvolverem câncer de mama .

Fibroadenoma juvenil

Os fibroadenomas que surgem na infância ou adolescência são chamados de juvenil.

Ao contrário do que ocorre nas mulheres adultas, o fibroadenoma juvenil costuma ter crescimento rápido, podendo causar desconforto e alteração estética da mama, tornando-as nitidamente assimétricas.

Quado o fibroadenoma juvenil torna-se maior que 5 cm, ele é chamado de fibroadenoma gigante.

Na maioria dos casos, com o passar dos meses, o tumor regride de tamanho e pode até desaparecer espontaneamente.

Causas

O motivo pelo qual os fibroadenomas surgem ainda é desconhecido, mas a influência hormonal parece ser um fator importante.

Os fibroadenomas ocorrem com mais frequência durante os anos reprodutivos da mulher e podem se tornar maiores durante a gravidez ou após o início de anticoncepcionais hormonais. O início da pílula anticoncepcional antes do 20 anos parece aumentar o risco do surgimento desses tumores.

Outro dado que fala a favor da influência hormonal é o fato da maioria dos fibroadenomas regredirem após a menopausa, quando os níveis de hormônios femininos diminuem.

Sintomas

Na maioria dos casos, o fibroadenoma apresenta-se como uma massa mamária palpável assintomática, identificada através do auto-exame da mama.

Algumas mulheres queixam-se de um discreto desconforto na região da lesão nos dias que antecedem a menstruação, mas, em geral, ela não provoca sintoma algum.

Durante a gravidez ou amamentação, por estímulo hormonal, a massa pode crescer rapidamente e causar dor.

Nos casos de fibroadenoma gigante, as mamas costumam ficar de tamanho bem diferente, com uma delas bem maior e mais “caída” pelo peso que o tumor exerce no peito.

Diagnóstico

Toda massa mamária palpável deve ser investigada inicialmente por um exame de imagem. A mamografia e a ultrassonografia da mama são os dois exames mais utilizados.

As mamas das mulheres jovens são muito mais densas e ricas em glândulas, o que dificulta a visualização de massas no seu interior através da mamografia. Nessas pacientes, a ultrassonografia consegue produzir uma imagem mais nítida e confiável.

A mamografia costuma ser mais útil nas mulheres com mais de 30-35 anos.

Havendo a suspeita de fibroadenoma, a conduta mais comum costuma ser a aspiração da lesão por agulha fina ou biópsia. O objetivo é comprovar que o nódulo é benigno e simples.

Tratamento

Não é necessário remover cirurgicamente todos os fibroadenomas comprovados por biópsia. Dependendo de seus sintomas, histórico familiar e preocupações pessoais, você e seu médico podem decidir não remover o tumor, mantendo seguimento regular com exames de imagem para comprovar que a lesão não cresce nem muda de aspecto.

As desvantagens da cirurgia incluem a formação de cicatriz no local da incisão, alterações no formato da mama pela remoção do tumor e dano ao sistema de ductos mamários.

Por provocar distorção arquitetural, espessamento da pele e aumento da densidade focal, a remoção cirúrgica pode causar alterações nas imagens mamográficas, o que, no futuro, tende a diminuir a capacidade do exame de identificar novas lesões nessa região.

Portanto, se um fibroadenoma comprovado por biópsia for assintomático, ele não precisa ser abordado.

Por outro lado, se o fibroadenoma estiver aumentando de tamanho, provocando sintomas ou se a paciente estiver muito ansiosa com a presença da massa mamária, a remoção do tumor costuma ser indicada.

A remoção do fibroadenoma pode ser realizada de três maneira:

  • Lumpectomia ou biópsia excisional : este procedimento é uma cirurgia aberta que consiste na remoção da parte do tecido mamário onde encontra-se a lesão, com posterior envio do material para um patologista verificar se há sinais de câncer na amostra.
  • Crioablação : o médico insere uma sonda através da pele até o fibroadenoma e provoca necrose do mesmo com um gás super frio (temperatura de cerca de -196°C). Esse procedimento pode deixar a mama temporariamente dolorosa e com manchas arroxeadas.
  • Excisão percutânea a vácuo guiada por mamografia : sob anestesia local, um pequeno corte é feito na pele. Com o apoio da ultrassonografia, o tumor é sugado através de uma sonda oca conectada a um dispositivo de vácuo que é inserido na mama. Essa técnica só costuma ser utilizada para tumores pequenos, menores que 2 cm.

Depois que a massa é removida, é possível que um ou mais fibroadenomas novos se desenvolvam. Novos nódulos devem passar pela mesma avaliação que o primeiro e podem ou não ser removidos.


Referências

  • Overview of benign breast disease – Uptodate.
  • Fibroadenoma – FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
  • Fibroadenomas of the breast – American Cancer Society.
  • Juvenile fibroadenoma of the breast: Treatment and literature review – The Canadian journal of plastic surgery.
  • A prospective study of benign breast disease and the risk of breast cancer – JAMA.

Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.