Illness name: roseola exantema subito

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Índice
1. O que é roséola infantil?
2. Transmissão
3. Sintomas
4. Diagnóstico
5. Tratamento
6. Referências

O que é roséola infantil?

A roséola infantil, também chamada de exantema súbito ou sexta doença, é uma virose extremamente comum durante a infância, que manifesta-se através de erupções cutâneas (manchas vermelhas na pele)  que surgem após alguns dias de febre alta.

A roséola é uma uma virose benigna, de curta duração e com baixíssima taxa de complicações.

O vírus responsável na maioria dos casos é o herpesvírus humano 6 (HHV-6), um vírus da família do herpes. Porém, a roséola também pode ser provocada por outros vírus, tais como, herpesvírus humano 7 (HHV-7), alguns enterovírus (coxsackievirus A, coxsackievirus B e echovirus), adenovírus e parainfluenza tipo 1.

O exantema súbito é uma infecção típica de bebês. Cerca de 90% dos casos ocorrem em crianças entre 6 meses e 2 anos. Antes dos 6 meses a doença é rara, pois o bebê ainda está protegido pelos anticorpos que recebeu das mãe durante a gravidez.

Meninos e meninas são acometidos com igual frequência, assim como também não há predileção por nenhuma etnia. Ao contrário da maioria das viroses, que surgem no inverno, o exantema súbito pode surgir em qualquer época do ano.

Ao final da infância, praticamente todo mundo já terá tido algum contato com o vírus, mesmo aqueles que se infectaram, mas não chegaram a desenvolver os sintomas. Quadros de roséola em adultos são raros, pois grande parte da população adquire anticorpos ainda na infância.

Transmissão

A transmissão da roséola é feita habitualmente de pessoa para pessoa através do contato com secreções das vias respiratórias, principalmente pela saliva. Espirros, tosse, beijos, contato com perdigotos ou brinquedos que vão à boca e são compartilhados com outras crianças são fontes potenciais de contágio.

Na maioria dos casos, os pacientes não conseguem identificar a origem da transmissão, pois esta se dá frequentemente através de indivíduos que são portadores assintomáticos do vírus.

Explicando melhor: uma criança se contamina com o HHV-6, não desenvolve sintomas de roséola, mas passa vários dias sendo uma fonte de transmissão do vírus. Essa criança portadora assintomática pode passar o vírus para dezenas de outras crianças, principalmente se ela estiver frequentando uma creche. Dentre as crianças recém-infectadas, algumas irão desenvolver os sintomas da roséola, mas a maioria se transformará em novos portadores assintomáticos do vírus.

Sintomas

Para aquele pequeno grupo que irá desenvolver sintomas, o período médio de incubação da roséola é de 10 dias.

O quadro clínico inicia-se habitualmente com uma febre alta, que pode ultrapassar os 40ºC. A febre pode vir acompanhada de outros sinais e sintomas, tais como dor de ouvido, aumento dos linfonodos do pescoço, irritação, perda do apetite, nariz entupido, dor de garganta ou diarreia.

Do mesmo jeito que surge subitamente, após 3 a 5 dias de temperaturas altas, a febre também vai embora rapidamente de uma hora para outra.

O sinal mais característico da roséola é o surgimento súbito de uma exantema (manchas vermelhas na pele) imediatamente após a resolução da febre, daí a doença também ser conhecida como exantema súbito. O rash da roséola não coça nem provoca dor.

Rash do exantema súbito

O exantema da roséola inicia-se no pescoço e no tronco e depois espalha-se para membros e face. As lesões são habitualmente compostas por múltiplas pequenas manchas avermelhadas, de 0,5 centímetros, que podem ser planas ou com discreto relevo. O exantema dura de 1 a 2 dias, mas em alguns casos pode durar apenas poucas horas.

Além do rash que surge logo após o desaparecimento da febre, os pacientes com exantema súbito também costumam apresentar:

  • Aumento dos linfonodos – 98%.
  • Inflamação da membrana timpânica – 93%.
  • Irritabilidade – 92%.
  • Manchas Nagayama (machas avermelhadas na úvula e no palato) – 87%.
  • Perda do apetite – 80%.
  • Abaulamento da fontanela – 26%.
  • Diarreia – 15%.
  • Tosse – 11%.
  • Convulsão febril – 4%.

A roséola cura-se espontaneamente sem provocar complicações na maioria dos casos. Em algumas crianças, porém, a febre muito alta pode desencadear episódios de crise convulsiva. Apesar de ser um quadro bastante assustador para os pais, as crises são auto-limitadas e não provocam problemas maiores na imensa maioria dos casos.

Os vírus HHV-6 e HHV-7 também podem provocar uma outra forma de rash cutâneo, conhecido como pitiríase rósea. Este rash acomete preferencialmente crianças mais velhas e adultos jovens (leia: PITIRÍASE RÓSEA – Sintomas e tratamento ).

Para saber mais sobre outras causas comuns de febre e rash cutâneo, acesse o seguinte link: 10 Causas de Febre com Manchas Vermelhas na Pele .

Diagnóstico

Na maioria dos pacientes, a roséola é diagnosticada clinicamente, devido à sua típica apresentação de febre por 3 a 5 dias seguida de rash cutâneo em criança com menos de 3 anos. Antes do aparecimento do rash, é muito difícil estabelecer o diagnóstico, pois os sintomas são os mesmos que os de qualquer virose comum.

Raramente, o médico pode pedir uma sorologia, que é um exame que investiga a presença de anticorpos contra a roséola no sangue.

Tratamento

A roséola é um quadro benigno e auto-limitado, e a maioria das crianças já se encontra curada dentro de uma semana após o surgimento da febre.

O tratamento indicado, portanto, é apenas repouso, boa hidratação e controle da febre com analgésicos comuns, tais como paracetamol ou dipirona .


Referências

  • Roseola infantum (exanthem subitum) – UpTodate.
  • Roseola Infantum – Medscape.
  • Roseola Infantum (Exanthema Subitum, Sixth Disease) – StatPearls.
  • Clinical Features of Roseola Infantum – NEJM Journal Watch.

Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.