Illness name: carcinoma basocelular
Description:
O que é o carcinoma basocelular?
O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo de câncer de pele mais comum no ser humano, sendo também aquele com maior taxa de cura. Apesar de ser o tipo histológico de 3 em cada 4 cânceres de pele diagnosticados, o carcinoma basocelular, felizmente, tem uma taxa de mortalidade abaixo de 2%.
Como surge
A epiderme é a camada mais superficial da pele (as outras camadas são a derme e a hipoderme, esta última também é chamada de tecido subcutâneo), chegando a ter 1,5 cm de espessura em áreas de pele mais grossa, como as solas dos pés e as palmas das mãos.
A epiderme é subdividida em 5 camadas, sendo a mais profunda composta pelas células basais. As células basais estão constantemente se multiplicando, gerando células de pele novas, que vão empurrando as antigas para cima, de forma a renovar constantemente a epiderme. Conforme as células velhas se desprendem e descamam, as células mais novas que estão subindo vão ocupando o seu lugar.
O carcinoma basocelular é o câncer que surge das células basais. O seu aparecimento geralmente ocorre após uma lesão do DNA desta célula, fazendo com que as mesma mude suas características, tornando-se um câncer. O principal fator de agressão ao DNA das células da pele é o excesso de exposição solar.
O carcinoma basocelular é o tipo de câncer de pele mais comum e, felizmente, o menos mortal. Apesar de localmente ser um tumor agressivo, capaz de destruir camadas da pele e de invadir tecidos ao redor, a sua relativa benignidade está no fato de ser um câncer com baixo potencial de causar metástases. Na verdade, menos de 1% dos casos de carcinoma basocelular metastizam.
Os tumores não tratados continuam a crescer, causando significativa destruição das camadas da pele, que podem provocar lesões desfigurantes. Porém, mesmo nesses casos, o tratamento curativo é possível.
Se você está à procura de informações sobre o melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele, o seu texto é esse: Melanoma | Câncer de pele .
Fatores de risco
A exposição crônica ao sol é o principal fator de risco para o desenvolvimento do carcinoma basocelular.
Ao contrário do melanoma que surge habitualmente após um episódio de exposição excessiva ao sol, o CBC surge em pessoas que se expõem frequentemente ao sol durante anos, em geral, desde os primeiros anos de vida.
Em relação à exposição solar, os seguintes fatores aumentam o risco do carcinoma basocelular:
- Ter pele muito clara.
- Ter olhos claros.
- Ser ruivo ou naturalmente loiro.
- Ter tido muitos episódios de queimadura solar ao longo da vida.
- Ter mais de 50 anos (o dano ao DNA surge na juventude, mas o câncer só aparece décadas depois).
- Fazer bronzeamento artificial.
- Viver em áreas tropicais e com alta exposição solar ao longo de todo o ano.
- Ter familiares próximos com história de câncer de pele.
- Já ter tido um carcinoma basocelular anteriormente (o risco de novo tumor é 40% maior que na população em geral).
O excesso de sol ao longo da vida é um fator de risco importante, mas há outros fatores que também podem levar ao aparecimento do carcinoma basocelular, como:
- Exposição excessiva à radiação, como radiografias ou tomografias computadorizadas.
- Imunossupressão (por doença ou por uso de drogas imunossupressoras).
- Exposição a arsênico.
- Algumas raras doenças genéticas facilitam o aparecimento do CBC, como a síndrome de Goltz ou xeroderma pigmentoso.
Sintomas
As lesões do carcinoma basocelular habitualmente se apresentam em locais da pele mais expostos à radiação solar. Na maioria dos casos, a lesão ocorre na face. A seguir, o tronco é o local mais acometido. Eventualmente o CBC pode surgir em áreas não expostas ao sol, como órgãos genitais ou região ao redor do ânus.
Na maioria dos casos, a lesão de pele do carcinoma basocelular apresenta-se como um pequeno nódulo ou uma pápula (uma lesão com relevo, tipo uma bolinha meio achatada), da cor da pele, meio brilhosa ou perolada, frequentemente com um ou mais diminutos vasos sanguíneos visíveis. Estas lesões se ferem com facilidade, podendo formar pequenas úlceras. A forma nodular surge habitualmente na face e é responsável por 60% dos casos.
Em 30% dos casos, a lesão do CBC é superficial, plana e levemente avermelhada. Esta forma ocorre mais comumente em jovens e acomete principalmente o tronco.
Os 10% dos casos restantes podem apresentar uma variedade de formas. Em geral, são variações da forma nodular e superficial. Algumas lesões podem ser pigmentadas (mais escuras) ou com uma leve depressão. Outras parecem cicatrizes arrendondadas, como se o paciente tivesse tido uma ferida anterior no local.
Nem sempre é fácil para a população leiga notar a presença de um carcinoma basocelular em fase inicial. Por isso, alguns sinais de alerta devem ser conhecidos:
- Uma ferida persistente, principalmente na face, que não se cura após várias semanas.
- Uma mancha vermelha nova, que não desaparece após várias semanas.
- Um nódulo novo, brilhante. Pode ser avermelhado, translúcido ou pigmentado. Também pode haver pequenos vasos sanguíneos visíveis.
- Uma área mais branca ou amarelada, com bordas pouco definidas, parecida com uma pequena cicatriz.
O diagnóstico do carcinoma basocelular é habitualmente confirmado com uma biópsia de pele.
Tratamento
O tratamento do carcinoma basocelular é preferencialmente cirúrgico, com retirada completa da lesão, mas uma série de outros tratamentos estão disponíveis, dependendo do tipo, localização e gravidade do tumor.
Algumas opções incluem: laserterapia, curetagem, crioterapia, eletrocoagulação e radioterapia. Lesões muito iniciais podem ser tratadas apenas com cremes à base de 5-Fluorouracil (5-FU) ou Imiquimod.
Independentemente do tratamento escolhido, praticamente todos os casos de CBC conseguem ser curados. Todavia, a taxa de recorrência é alta, cerca de 10% após 5 anos.
Autor(es)
Dr. Pedro Pinheiro
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.