Illness name: paroniquia

Description:

Índice
1. O que é paroníquia?
2. Como surge
3. Quais germes provocam inflamação da unha?
4. Sintomas
4.1. Paroníquia crônica
5. Tratamento
5.1. Paroníquia aguda
5.2. Paroníquia crônica
6. Referências

O que é paroníquia?

A paroníquia, chamada popularmente de panarício ou unheiro, é uma inflamação da pele ao redor da unha, geralmente de origem bacteriana, que surge após ferimentos nesta região.

A paroníquia pode ser aguda, com duração de poucos dias, ou crônica, com duração de várias semanas.

Como surge

A paroníquia é, na maioria dos casos, uma infecção de origem bacteriana que provoca intensa inflamação na pele do canto da unha. A paroniquia pode surgir nos dedos das mãos ou dos pés.

A inflamação surge quando bactérias comuns da pele conseguem contaminar feridas produzidas ao redor da unha, geralmente após pequenos traumas, como lesões na cutícula, roer as unhas, cortar a unha em excesso, topadas com o dedão do pé, uso de sapatos apertados, ou quando a manicure “tira um bife” do seu dedo.

É importante entender que a pele é uma barreira física que protege o nosso organismo contra germes do meio exterior. Sempre que essa barreira sofre uma lesão, surge uma porta de entrada para que as bactérias da pele tenham acesso aos tecidos mais profundos.

Além de traumas, outras situações também podem provocar pequenas fissuras na pele ao redor da unha, favorecendo a invasão por bactérias.

Entre os principais fatores de risco podemos citar:

  • Traumas ou feridas na região ao redor da unha.
  • Chupar o dedo.
  • Trabalhos que exijam que as mãos fiquem imersas na água por muito tempo.
  • Contato frequente das mãos com produtos químicos.
  • Pessoas que trabalham com jardinagem
  • Diabetes mellitus
  • Pacientes com problemas circulatórios nos membros.

Quais germes provocam inflamação da unha?

Na maioria dos casos, a lesão é invadida por bactérias que colonizam a nossa pele. O agente mais comum é a bactéria Staphylococcus aureus . Outras bactérias da pele também podem causar a paroníquia, entre elas o Streptococcus e a Pseudomonas .

Quando a lesão da pele ao redor da unha é provocada por mordidas ou pelo ato de roer a unha, microrganismos naturais da boca podem ser o agente invasor, incluindo, além do Staphylococcus e do Streptococcus, bactérias como Eikenella corrodens , Fusobacterium , Peptostreptococcus , Prevotella e Porphyromonas .

Se nas paroníquias agudas as bactérias são as causas mais comuns, na forma crônica o agente infeccioso pode ser o fungo Candida albicans . Todavia, mesmo nas formas crônicas, a prevalência de infecção bacteriana também é alta, sendo comum a infecção mista por bactérias e fungos ao mesmo tempo.

A paroníquia crônica, porém, costuma ser causada por um processo eczematoso, com inflamação da pele sem relação com agentes infecciosos.

Nesses casos não há infecção, apenas inflamação. Esta forma é comum em pessoas que trabalham com produtos químicos ou vivem com as mãos úmidas.

Sintomas

A paroníquia aguda geralmente acomete um único dedo e se caracteriza por uma inflamação, com inchaço, vermelhidão e dor, em um dos cantos da unha, na região onde houve o trauma que deu origem à invasão bacteriana.

Paroníquia

É comum que a infecção dê origem a um pequeno abscesso, sendo frequentemente possível notar a presença de pus abaixo da pele. O paciente apresenta o canto da unha bem inflamado, com uma pequena mancha branca ou amarelada, que é a coleção de pus logo abaixo da epiderme.

Na forma aguda, a inflamação surge rapidamente, apenas algumas horas depois da pele ser ferida. O quadro evoluiu de forma rápida, e a inflamação atinge seu ápice em mais ou menos 1 ou 2 dias.

Febre não costuma ocorrer, mas se ela estiver presente, isso pode ser um sinal de que a infecção está se espalhando. Uma das complicações comuns da paroníquia é a erisipela ou a celulite .

Paroníquia crônica

A paroníquia crônica é uma resposta inflamatória persistente à exposição repetida a substâncias irritantes ou alérgenas. O quadro costuma ter duração maior que 6 semanas.

A colonização da lesão por fungos ou bactérias pode acontecer, mas é considerada uma ocorrência secundária e não o evento inicial que desencadeia a inflamação.

Na forma crônica a unha costuma estar menos inflamada e não é habitual haver coleção de pus. As pontas dos dedos acometidos podem ficar inchadas, mas a dor e a vermelhidão não são tão importantes. Mais de uma unha pode encontra-se inflamada ao mesmo tempo.

Nos casos de infecção por fungos, o quadro tem instalação mais lenta, demorando dias para a inflamação surgir plenamente.

Tratamento

Paroníquia aguda

Na maioria dos casos, a paroníquia pode ser tratada apenas com compressas quentes, 3 a 4 vezes por dia, e higiene adequada do local.

Se houver sinais de pus, o recomendado é drená-lo. Se a quantidade de pus for pequena, uma massagem suave no dedo imerso em água morna costuma facilitar a drenagem. Lembre-se de manter a região sempre bem limpa para evitar reinfecções. Se o inchaço e a coleção de pus forem grandes, o ideal é que a drenagem seja feita por um médico. Não tente espremer abscessos em casa.

Na maioria dos casos não é necessário usar antibióticos, mas se a lesão estiver piorando progressivamente, eles podem ser indicados para impedir a disseminação da bactéria para tecidos mais profundos. Os antibióticos mais usados são a cefalexina , amoxicilina + clavulanato ou clindamicina.

Paroníquia crônica

Nos casos de paroníquia crônica, as medidas mais indicadas são evitar a umidade e o contato com produtos químicos nos dedos afetados.

Para acelerar a cura, pomadas contendo antifúngicos (cetoconazol, itraconazol ou fluconazol) ou tacrolimos podem ser usadas, mas as pomadas contendo corticoides, como a betametasona, são as melhores opções se não houver infecção na lesão.


Referências

  • Paronychia – UpToDate.
  • Paronychia – Harvard Health Publishing.
  • Acute and Chronic Paronychia – American Family Physician.
  • Paronychia – Medscape.
  • Management of Chronic Paronychia – Indian journal of dermatology.

Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.