Illness name: polipo nasal

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Índice
1. Pontos-chaves do artigo
2. O que é o pólipo nasal?
3. Causas
4. Sintomas
5. Tratamento
5.1. Cirurgia
6. Prevenção
7. Referências

Pontos-chaves do artigo

O que é o pólipo nasal: pólipo nasal é um pequeno tumor benigno, em forma de gota ou uva, que cresce dentro da cavidade nasal ou dos seios paranasais.

→ O que causa: supõe-se que os pólipos nasais sejam causados por inflamação crônica do epitélio que reveste os seios nasais, como ocorre nos casos de pacientes alérgicos e/ou asmáticos.

→ Sintomas: pólipos pequenos são assintomáticos. Pólipos grandes podem causar obstrução parcial das vias aéreas, provocando constipação nasal, alterações do paladar e roncos ao dormir.

→ Tratamento: spray nasal à base de corticoides é o tratamento mais utilizado. Se não houver resposta, a cirurgia para remoção dos pólipos pode ser necessária.

O que é o pólipo nasal?

O pólipo nasal é um tumor benigno que surge na mucosa da cavidade nasal. Ao contrário dos pólipos que surgem no intestino grosso ou na bexiga, esse tipo de pólipo não tem nenhuma relação com o câncer. Pólipos nasais não são câncer nem apresentam risco de virar câncer.

Qualquer pessoa pode ter um ou mais pólipos nasais, mas eles são mais comuns nos indivíduos com mais de 40 anos. Nas crianças, essas lesões são raras. Enquanto na população adulta a incidência de pólipos pode chegar aos 5%, na infância eles só são encontrados em cerca de 0,1%.

Os pólipos nasais podem se desenvolver em qualquer ponto do cavidade nasal ou dos seios paranasais. Eles geralmente estão associados a quadros de inflamação crônica das vias aéreas, como asma e rinite alérgica.

Imagina-se que inchaço da mucosa nasal provocado pelo processo inflamatório possa causar uma “queda” de parte da mucosa, que fica suspensa, adquirindo um formato de gota.

Causas

Não entendemos completamente por que surgem os pólipos nasais, porém, sabemos que há uma relação entre predisposição genética e processos inflamatórios crônicos das vias aéreas.

Existem algumas evidências de que o sistema imunológico das pessoas com esse tipo de pólipo apresenta um comportamento alterado, e as suas mucosas possuem marcadores químicos diferentes daqueles presentes nos pacientes que não desenvolvem pólipos.

Entre os fatores de risco conhecidos para o surgimento do pólipo nasal podemos citar:

  • História familiar de pólipos nasais.
  • Rinite alérgica .
  • Asma brônquica .
  • Sinusite crônica .
  • Alergia à aspirina .
  • Fibrose cística.
  • Síndrome de Churg-Strauss.

É importante destacar que nem todos as pessoas com as doenças citadas acima desenvolvem pólipos nasais. O paciente precisa ter alguma predisposição genética para que esses problemas sirvam como gatilho para o desenvolvimento de pólipos na cavidade nasal.

Há uma forte associação entre alergia à aspirina e a presença de pólipos nasais. Pacientes que são alérgicos à aspirina e apresentam quadros de rinite ou sinusite recorrentes devem ser investigados quanto a presença de pólipos nasais. Do mesmo modo, pacientes com diagnóstico já confirmado de pólipos nasais devem evitar o consumo de aspirina.

Sintomas

Os sintomas do pólipo nasal dependem do seu tamanho e quantidade. Pólipos nasais pequenos não costumam causar sintomas e passam despercebidos.

Por outro lado, pólipos maiores ou vários pólipos nasais agrupados podem causar obstrução parcial das vias aéreas nasais, levando a problemas respiratórios, perda do olfato e infecções frequentes.

Entre os sinais e sintomas mais comuns, podemos citar:

  • Coriza.
  • Espirros.
  • Constipação nasal .
  • Diminuição do olfato (ocorre em até 75% dos pacientes).
  • Diminuição do paladar.
  • Dor de cabeça ou na face (semelhante à que ocorre na sinusite).
  • Dor nos dentes superiores.
  • Sensação de peso ou pressão nos seios nasais.
  • Coceira nos olhos.
  • Roncos ao dormir .

A presença de pólipos além de poder causar sinusite crônica, facilita a ocorrência de infecções respiratórias. Os pólipos também podem causar crises de asma, apneia obstrutiva do sono e infecções do olhos.

O diagnóstico é habitualmente feito pelo médico otorrinolaringologista através da rinoscopia, uma espécie de endoscopia nasal. Em casos de dúvidas, a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética dos seios da face podem ser úteis.

Tratamento

O tratamento dos pólipos nasais costuma ser feito com corticoides em spray nasal, como a fluticasona, budesonida ou triancinolona. Esses fármacos podem causar retração e, em alguns casos, até desaparecimento dos pólipos.

Se os corticoides nasais não funcionarem, o otorrinolaringologista pode prescrever corticoides por via oral, como a prednisona . Os corticoides em comprimido são mais efetivos, mas apresentam uma incidência maior de efeitos colaterais (leia: CORTICOIDES – Indicações e efeitos colaterais ).

Anti-histamínicos também podem ser usados para aliviar os sintomas alérgicos, mas eles têm pouco ou nenhum efeito sobre os pólipos em si.

Antibióticos também não agem diretamente nos pólipos, mas podem ser usados se houver infecção ativa das vias aéreas, o que é relativamente comum nesses pacientes.

Cirurgia

Se o tratamento medicamentoso falhar, o otorrinolaringologista pode propor a remoção cirúrgica dos pólipos.

A cirurgia para retirada de pólipos nasais é chamada de polipectomia. Ela geralmente é realizada por via endoscópica, com anestesia local e tem duração menor que uma hora. O tempo de recuperação é de uma a duas semanas. No pós-operatório, o paciente deve retornar frequentemente ao otorrino para realizar limpezas da cavidade nasal.

Os pólipos podem voltar a crescer, motivo pelo qual o uso de corticoides nasais é indicado após a cirurgia. Nos casos de recorrência, nova cirurgia pode ser necessária.

Prevenção

A prevenção é importante para reduzir o risco dos pólipos voltem a aparecer uma vez que o tratamento tenha sido eficaz.

Além da manutenção do uso do corticoide intranasal, as seguintes estratégias também podem ajudar na prevenção:

  • Tente manter sua asma, sinusite ou rinite bem tratadas. Se os sintomas não estiverem bem controlados, o risco de surgirem novos pólipos é grande.
  • Evite contato com substâncias que irritem as vias aéreas, tais como fumaça, poeira, cheiros fortes, produtos químicos voláteis ou qualquer tipo de alérgenos conhecidos.
  • Lave as mãos regularmente para reduzir o risco de infecções bacterianas ou virais das vias aéreas (leia: Por que lavar as mãos é importante para evitar doenças? ).
  • Evite permanecer em locais com ar muito seco. Se necessário, compre um umidificador de ar para a sua casa. Tenha cuidado para não ficar em ambientes com ar-condicionado ligado o dia inteiro.
  • Faça lavagem nasal com soro fisiológico com frequência, principalmente se notar algum sintoma de rinite. A lavagem dilui o muco e ajuda a remover alérgenos e outros irritantes.

Referências

  • Nasal Polyps – Harvard Health Publishing.
  • Nasal polyps – American Academy of Allergy, Asthma & Immunology.
  • Clinical presentation, diagnosis, and treatment of nasal obstruction – UpToDate.
  • Kliegman RM, et al. Nasal polyps. In: Nelson Textbook of Pediatrics. 20th ed. Philadelphia, Pa.: Elsevier; 2016.
  • Adkinson NF, et al. Rhinosinusitis and nasal polyps. In: Middleton’s Allergy: Principles and Practice. 8th ed. Philadelphia, Pa.: Saunders Elsevier; 2014.

Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.