Illness name: impinge tinea
Description:
O que é impinge?
A impinge, também chamada de impigem, Tínea ou Tinha, é o nome popular para as dermatofitoses, um grupo de micoses que podem acometer pele, unhas e cabelos.
Os fungos que provocam as dermatofitoses são chamados de dermatófitos. Existem mais de 50 espécies de fungos dermatófitos, distribuídos entre 9 gêneros. Nos humanos, os principais gêneros que causam infecção são Trichophyton , Microsporum e Epidermophyton .
Entre as espécies mais comuns nos homens podemos citar:
- Trichophyton rubrum.
- Trichophyton tonsurans.
- Trichophyton interdigitale.
- Trichophyton mentagrophytes.
- Microsporum canis.
- Epidermophyton floccosum.
A característica central dos dermatófitos é colonizar as camadas mais superficiais da pele (epiderme), onde eles encontram sua principal fonte de alimento: a queratina, uma proteína abundante em unhas, pelos e pele.
Os dermatófitos obtêm os nutrientes que precisam a partir da queratina existente nos extratos mortos da epiderme. Por isso, eles não necessitam invadir a pele, embora isso possa ocorrer em algumas situações.
A reação inflamatória que a tínea provoca, caracterizada por vermelhidão e intensa coceira, resulta da reação das células da pele às enzimas libertadas pelo fungo durante o processo de metabolização da queratina.
Transmissão
As espécies de dermatófitos são divididas de acordo com o seu habitat primário. Os dermatófitos zoofílicos vivem em animais mamíferos, os dermatófitos antropofílicos vivem no ser humano e os dermatófitos geofílicos vivem livremente no solo.
A transmissão dos fungos é feita por contato direto com a pele. Esse contato por ser ao andar descalço em locais úmidos e quentes, como o chão de vestiários, ao usar toalhas ou roupas de pessoas contaminadas, por contato de pele com pele, como nos casos de esportes de luta, ou por contato direito com o pelo de animais infectados.
As espécies zoofílicas, transmitidas de animais para humanos, são responsáveis por cerca de 30% das dermatofitoses humanas e geralmente provocam um quadro mais intenso, com muita inflamação.
Já as espécies antropofílicas, transmitidas de humano para humano, representam a maior parte das infecções e por já estarem mais adaptados aos seres humanos provocam um quadro mais crônico, com menos inflamação, mas de longa duração.
Tipos de dermatofitose
A impinge pode surgir em qualquer área da pele ou onde haja pelos ou unhas. Os principais tipos de dermatofitoses são:
- Tinea corporis : infecção por dermatófitos em superfícies da pele que não sejam os pés, virilha, rosto, couro cabeludo ou barba.
- Tinea pedis : infecção por dermatófitos no pé, também chamado de frieira ou pé-de-atleta, especialmente quando acomete a região entre os dedos dos pés.
- Tinea cruris : infecção por tínea na virilha.
- Tinea capitis : infecção dos cabelos e do couro cabeludo por tínea.
- Tinea unguium : infecção fúngica da unha, também chamada de onicomicose.
- Tinea barbae: infecção dos pelos da barba.
Termos adicionais que também podem ser usados para descrever apresentações menos comuns são Tinea faciei (infecção da face) e Tinea manuum (infecção da mão).
As impinges são tipicamente micoses superficiais. Ocasionalmente, infecções por dermatófitos penetram no folículo piloso e na derme, causando uma infecção mais profunda chamada granuloma de Majocchi.
Sintomas
Os sintomas específicos dependem da região da pele em que o fungo está provocando inflamação, seja unha, pele ou pelo. Clique nos links acima para saber mais detalhes sobre cada um dos tipos de tínea.
Em geral, o local acometido costuma apresentar lesões avermelhadas, descamativas, com coceira.
Conforme é possível ver nas fotos mais abaixo, são muito comuns as lesões em forma de anel, que vão se expandindo do centro para a periferia. As bordas costumam ser avermelhadas e o centro mais claro.
No couro cabeludo, essas lesões pode ocasionar áreas de perda dos cabelos.
Locais do corpo onde há mais umidade e calor, como as dobras e regiões com pelos, costumam ser as mais afetadas, pois esse ambiente é mais propício para a proliferação dos fungos.
Imagens
Tratamento
O tratamento da tínea é habitualmente feito com antifúngico tópico. Algumas opções eficazes de pomadas ou cremes incluem:
- Clotrimazol .
- Cetoconazol .
- Econazol.
- Miconazol.
- Oxiconazol.
- Terbinafina .
- Ciclopirox.
Na tinea capitis, o shampoo de cetoconazol costuma ser uma boa opção.
Nos pacientes que não melhoram com tratamento tópico, os antifúngicos podem ser administrados em comprimidos por via oral. Os mais utilizados são:
- Terbinafina.
- Itraconazol.
- Fluconazol.
- Griseofulvina.
A onicomicose não costuma responder ao tratamento tópico, sendo a terbinafina por via oral o tratamento mais indicado.
Explicamos o tratamento com mais detalhes nos textos específicos para cada dermatofitose.
Prevenção
Não é fácil prevenir a infecção por fungos dermatófitos, pois eles podem ser contagiosos mesmo antes dos sintomas aparecerem.
Algumas dicas ajudam a reduzir o risco:
- Mantenha a pele sempre limpa. Lave as mãos frequentemente e tome banho logo após o treino ou uma partida em que haja contato físico com outras pessoas.
- Não use roupas grossas por longos períodos em clima quente e úmido. Evite transpiração excessiva. Mantenha sempre pés e virilhas secas.
- Evite contato com animais com doenças de pele.
- Não compartilhe itens pessoais. Não deixe que outras pessoas usem suas roupas, toalhas, escovas de cabelo, equipamentos esportivos ou outros itens pessoais.
- Não ande descalço em vestiários ou piscinas públicas.
Referências
- Dermatófitos: interação patógeno-hospedeiro e resistência a antifúngicos – Anais Brasileiros de Dermatologia.
- Dermatophyte (tinea) infections – UpToDate.
- Mycology of dermatophyte infections – DermNet NZ.
- Dermatophyte – ScienceDirect.
- Diagnosis and Management of Tinea Infections – American Family Physician.
- Ferri FF. Tinea corporis. In: Ferri’s Clinical Advisor 2020. Elsevier; 2020.
Autor(es)
Dr. Pedro Pinheiro
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.
Dra. Joana Brack
A Dra, Joana Brack é médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Pós Graduação em Dermatologia pela UFRJ.