Illness name: chato pediculose pubica

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Índice
1. Pontos-chave do artigo
2. O que é pediculose pubiana?
3. Transmissão
4. Sintomas
5. Tratamento
6. Referências

Pontos-chave do artigo

→ O que é: a pediculose pubiana, conhecida popularmente como chato, é uma doença contagiosa causada pelo inseto parasita Phthirus pubis , chamado também de piolho-da-púbis. A pediculose pubiana é uma infecção semelhante à que ocorre no couro cabeludo quando infestado por piolhos.

→ Transmissão: a transmissão do Phthirus pubis é habitualmente feita através do contato entre pelos pubianos durante as relações sexuais. Toalhas, lençóis e roupas íntimas contaminadas também podem ser fonte de transmissão, apesar desta via não ser tão comum quanto a sexual.

→ Sintomas: o sintoma mais comum é coceira na região dos pelos pubianos. Outras regiões do corpo que possuem pelos também podem ser afetadas.

→ Tratamento: por ser uma parasitose externa provocada por inseto, o tratamento é feito com  inseticidas aptos para a pele humana, como a Permetrina ou a Piretrina.

O que é pediculose pubiana?

O nome piolho-do-púbis não surgiu à toa, pois o Phthirus pubis é um inseto parasita da mesma família do Pediculus humanus capitis , o famoso piolho que infesta o couro cabeludo.

Existem três tipos de piolho:

  • Pediculus humanus capitis : o piolho que infecta o couro cabeludo.
  • Pediculus humanus humanus : um tipo de piolho que infecta os pelos do corpo.
  • Pthirus pubis : o pilho que infecta os pelos pubianos (chato).

Neste texto vamos nos ater apenas ao Pthirus pubis , o piolho-do-púbis. Se você está à procura de informações sobre o piolho da cabeça, leia: PIOLHOS E LÊNDEAS .

O Phthirus pubis é um ectoparasita, ou seja, um parasita que vive do lado de fora do nosso organismo, ao contrário, por exemplo, dos vermes intestinais, que são endoparasitas, que vivem no interior do nosso corpo.

O Phthirus pubis é um piolho de mais ou menos 1 mm de diâmetro, com o formato parecido com um caranguejo, daí o seu outro apelido: piolho-caranguejo. Ele é transluzente, sendo muito difícil de ser identificado a olho nu, a não ser que tenha se alimentado há pouco tempo, estando cheio de sangue, como na imagem abaixo.

Apesar de afetar preferencialmente a região púbica, o piolho-do-púbis pode estar presente em outras áreas com pelos no corpo, como axilas, barba, cílios e sobrancelhas.

O Pthirus pubis não costuma afetar áreas que não são cobertas por pelos.

O tempo de vida da fêmea deste piolho é de 4 semanas, período em que chega a pôr cerca de 30 ovos (lêndeas). Cada ovo demora em torno de 1 semana para eclodir e dar vida a novos piolhos.

Transmissão

A pediculose pubiana é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST) . Como a sua transmissão é feita através de contato direto entre pelos pubianos durante o ato sexual, o uso de camisinha não impede a transmissão, pois a mesma só recobre o pênis, deixando toda a região púbica exposta (leia: CAMISINHA – Eficácia e instruções de uso ).

O chato pode ser transmitido de outras formas que não a via sexual, mas é bem menos comum. Casos de transmissão não sexual podem ocorrer entre pessoas que partilham objetos contaminados, como toalhas, roupas pessoais e roupa de cama.

O Pthirus pubis não pula e não voa. Para haver transmissão é preciso contato intimo entre as regiões púbicas para que o piolho consiga passar de um pelo para outro. O piolho-da-púbis não infesta cães, gatos ou outros animais peludos, não sendo estes, portanto, focos de transmissão da doença.

Sintomas

Os sinais e sintomas do chato costumam surgir uma semana após o contágio. O principal é intensa coceira na região púbica. Sensação de queimação nesta região também é comum. Se o piolho estiver presente em outras áreas do corpo que possuem pelos, tais como a barba, pernas, axilas e peito, elas também podem apresentar comichão.

A coceira da pediculose púbica é mais intensa durante a noite e o ato de coçar freneticamente pode provocar feridas na pele. Alguns pacientes podem também apresentar linfonodos aumentados na região da virilha.

Pequenas pontos arroxeados ou manchas escuras de 0,5 a 1,0 cm podem surgir em pessoas com intensa e prolongada infestação. Elas ocorrem por reação da pele à saliva do pilho, que contém substâncias anticoagulantes. Alguns pacientes podem também ter linfonodos aumentados na região das virilhas.

Pais de crianças infestadas com Pthirus pubis nos cílios ou nas sobrancelhas devem ser investigados, pois os mesmos costumam ser a fonte de infestação dos filhos. Toalhas e roupa de cama costumam ser a fonte da transmissão nestes casos.

Nas infestações dos cílios costuma haver conjuntivite e crostas nas pontas desses pelos. Em alguns casos também é possível ver os ovos do parasita grudados nos cílios.

Tratamento

A pediculose púbica pode ser tratada com medicamentos semelhantes aos usados no tratamento do piolho de cabeça. Como o Pthirus pubis é um inseto, o seu tratamento é feito com loções que contenham inseticidas aptos para serem usados na pele humana, como a Permetrina ou a Piretrina.

Habitualmente, o creme ou a loção são aplicados em áreas de pelos e enxaguados após 10 minutos. Deve-se evitar contato dos inseticidas com mucosas, como a glande ou vagina. Assim como nos piolhos da cabeça, o piolho-do-púbis e suas lêndeas podem ser removidos manualmente com auxílio de um pente fino.

A Ivermectina por via oral pode ser uma alternativa de tratamento, caso as loções não surtam o efeito desejado.

Roupas e toalhas devem ser lavadas com água quente para evitar a transmissão para outras pessoas ou recontaminação do paciente. Também visando evitar a recontaminação, os parceiros ou parceiras sexuais devem ser tratados, mesmo que estejam assintomáticos.

É importante alertar o paciente que após o tratamento e a eliminação do piolho-da-púbis, a coceira ainda pode persistir por até 1 semana.


Referências

  • Pediculosis pubis and pediculosis ciliaris – UpToDate.
  • Pubic “crab” lice – CDC – Division of Parasitic Diseases and Malaria.
  • Pediculosis Pubis – JAMA Network.
  • Scabies and pediculosis pubis: an update of treatment regimens and general review – Infectious Diseases Society of America.
  • Kang S, et al., eds. Scabies, other mites, and pediculosis. In: Fitzpatrick’s Dermatology. 9th ed. McGraw Hill; 2019.
  • Hoffman BL, et al. Gynecologic infection. In: Williams Gynecology. 4th ed. McGraw Hill; 2020.

Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.