Illness name: cisto sinovial

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Índice
1. O que é o cisto sinovial?
2. Causas
3. Sintomas
4. Tratamento
5. Referências

O que é o cisto sinovial?

O cisto sinovial é um tumor benigno que habitualmente apresenta-se como um pequeno nódulo arrendondado e de consistência mole acima das articulações ou tendões, principalmente nas mãos e punhos.

Mas, para realmente entender o que é o cisto sinovial, precisamos antes falar um pouquinho sobre a sinóvia e as articulações.

Todo mundo entende que nosso esqueleto é amplamente articulado. Conseguimos dobrar e girar braços, pernas, mãos, dedos, pescoço, etc.

Toda essa gama de movimentos que nosso esqueleto é capaz de fazer se deve ao fato de termos articulações, que são as estruturas que unem dois ossos diferentes e permitem o movimento entre eles. Como exemplo de articulações, podemos citar os joelhos, cotovelos, tornozelos e punhos.

Para que essa movimentação de um osso contra o outro não provoque atrito e desgaste, dentro das articulações existem duas importantes estruturas, o líquido sinovial e as cartilagens.

A cartilagem é um tecido escorregadio localizado nas extremidades dos ossos articulados. O líquido sinovial é uma espécie de lubrificante que fica dentro das articulações, circundado por uma bolsa chamada sinóvia. Essas duas estruturas permitem que os ossos das articulações possam deslizar um sobre o outro durante anos e anos com mínimo atrito, impedindo que haja desgaste dos mesmos.

A perda destas duas estruturas provoca lesão dos ossos, levando a uma doença chamada artrose . Além das articulações, os tendões também são circundados por uma bolsa contendo líquido sinovial.

Cisto é nome que damos a qualquer bolsa que tenha material líquido ou semilíquido em seu interior. O cisto sinovial é, portanto, é uma bolsa que contém líquido sinovial.

Cisto sinovial no punho

O cisto sinovial surge nas articulações ou tendões, sendo uma herniação de parte da sinóvia e da cápsula das articulações. Este “vazamento” de líquido sinovial para fora das articulações forma uma bolsa que pode ser facilmente vista e palpada.

Apesar de ter origem no líquido sinovial, o conteúdo da cisto sinovial não é puramente líquido. O material dentro do cisto fica isolado do resto da articulação e acaba por formar um espécie de geleia.

Causas

Não se sabe muito bem por que os cistos sinoviais surgem. A teoria mais aceita é de que pequenas lesões da cápsula articular, causadas por traumas ou esforço repetitivo, permitem o extravasamento de líquido sinovial para fora da articulação, formando o cisto.

Além do trauma e do uso excessivo da articulação, um defeito na formação da articulação também parece ser importante, já que o cisto sinovial pode surgir em pessoas sem história de traumas ou uso repetitivo da articulação.

Sintomas

O cisto sinovial é uma massa arrendondada, que costuma ter um diâmetro de 1 a 3 centímetros, compressível e de consistência borrachosa. O cisto costuma ser visível e palpável, estando a pele acima íntegra e sem sinais inflamatórios. A lesão é transluzente, ficando avermelhada quando jogamos um foco de luz sobre a mesma, demonstrando seu conteúdo fluído.

O cisto pode surgir subitamente ou ir crescendo ao longo do tempo. Seu tamanho pode variar, estando mais ou menos volumosos em determinados momentos. Ele também pode desaparecer espontaneamente e reaparecer tempos depois.

O cisto sinovial pode surgir em qualquer articulação, mas sua localização mais habitual é na região do punho ou em um dos dedos da mão. Ele não costuma provocar dor, mas pode fazê-lo caso a massa comprima algum nervo. Nesta situação, além da dor, também é possível haver perda de força e de sensibilidade na região da articulação ou tendão.

Existem casos de cistos sinoviais pequenos e ocultos, que não são visíveis através da pele, mas que são descobertos por causaram dor. Cistos ocultos podem ser diagnosticados pela ultrassonografia ou ressonância magnética.

Tratamento

O cisto sinovial é uma tumoração benigna, sem nenhuma possibilidade de se transformar em câncer. Na maioria dos casos ele é assintomático e, como pode desaparecer espontaneamente, nenhum tratamento é necessário.

Por outro lado, se o cisto estiver provocando dor ou atrapalhando na movimentação da articulação, o tratamento médico está indicado.

Um tratamento simples é a imobilização da articulação com talas, de forma a comprimir o cisto e impedir a movimentação da articulação. Desta maneira, tenta-se criar um mecanismo contrário, empurrando o material do cisto de volta para a articulação.

A aspiração do cisto com uma agulha é outra opção e pode ser feita com anestésicos locais no próprio consultório. Após a aspiração, o médico costuma infundir uma solução com corticoides para colar as paredes do cisto e atrapalhar o seu reenchimento. A taxa de sucesso desta técnica é de 75%.

A aspiração apresenta resultado superiores à imobilização por tala, mas, mesmo assim, há risco de reincidência do cisto. Em cerca de 15 a 20% dos casos, o cisto retorna com frequência e se o paciente continua tendo queixas de dor ou incômodo, o ortopedista pode indicar a remoção cirúrgica do mesmo.

A cirurgia pode ser feita pela via clássica ou através de artroscopia. O problema da cirurgia é que ela é um procedimento muito mais invasivo e não garante 100% de cura. Mesmo após remoção cirúrgica, o cisto sinovial pode retornar.


Referências

  • Ganglion Cyst – American College of Foot and Ankle Surgeons.
  • Ganglion Cyst of the Wrist and Hand – American Academy of Orthopaedic Surgeons.
  • Ganglion cysts – American Society for Surgery of the Hand.
  • Diagnosis and Management of Dorsal Wrist Ganglions – American Academy of Orthopaedic Surgeons.
  • Ganglion cysts of the wrist and hand – UpToDate.
  • Frontera WR, et al. Hand and wrist ganglia. Essentials of Physical Medicine and Rehabilitation: Musculoskeletal Disorders, Pain, and Rehabilitation. 3rd ed. Philadelphia, Pa.: Saunders Elsevier; 2015.

Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.