Illness name: pitiriase versicolor pano branco

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Índice
1. O que é pitiríase versicolor?
2. Como surge
3. Fatores de risco
4. Sintomas do pano branco
5. Diagnóstico
6. Tratamento
7. Referências

O que é pitiríase versicolor?

A pitiríase versicolor é uma micose de pele provocada provocada pelo fungo do gênero Malassezia (antigamente chamado Pityrosporum ovale ). A espécie mais comum é a Malassezia globosa, mas muitos casos também são causados pela Malassezia furfur.

A pitiríase versicolor também é conhecida pelos nomes pano baco, micose de praia ou tínea versicolor.

O pano branco não é uma doença contagiosa, não havendo, portanto, risco de transmissão do fungo de uma pessoa para outra. Também não há relação com falta de higiene ou contato com locais de uso público, tais como piscinas, banheiros ou vestiários.

Apesar dos nomes semelhantes, a pitiríase versicolor é uma doença completamente diferente da pitiríase rósea.

Se você procura informações sobre a pitiríase rósea, acesse o seguinte link: PITIRÍASE RÓSEA – Sintomas e tratamento .

Como surge

As lesões da pitiríase versicolor costumam se apresentar como manchas hipopigmentadas (mais claras que a pele), daí da doença também ser chamada de pano branco.

O termo micose de praia surgiu pelo fato das lesões tornarem-se mais aparentes após a exposição solar. Esse fato ocorre porque, ao contrário das lesões, a pele sadia ao seu redor consegue se bronzear normalmente, aumentando o contraste entre as duas regiões.

Todavia, o termo micose de praia não é o mais adequado, pois pode levar à falsa impressão de que a pitiríase versicolor possa ser adquirida na praia.

Na verdade, ninguém “pega” pano branco, uma vez que o fungo Malassezia costuma ser um germe da flora microbiana natural da nossa pele. Só para se ter uma ideia, a Malassezia pode ser encontrada em cerca de 20% das crianças e em mais de 90% dos adultos.

Por ser um fungo que depende de gordura para sobreviver, ele costuma ser facilmente encontrado em áreas mais oleosas da pele, tais como o tronco, pescoço, face e couro cabeludo.

Portanto, o pano branco não é uma doença que se pegue de alguém ou de algum lugar. Não é a areia da praia, a toalha que você usou ou o contato com a espreguiçadeira que lhe transmitiu o fungo. A Malassezia já existia há anos na sua pele, ela apenas passou a se manifestar clinicamente.

Fatores de risco

Os sintomas da pitiríase versicolor surgem quando por algum motivo a população do fungo Malassezia que sempre viveu pacificamente na sua pele passa a se proliferar exageradamente. Em geral, alguns fatores estão associados a essa proliferação do fungo e ao surgimento dos sintomas. Os mais comuns são:

  • Oleosidade excessiva da pele.
  • Viver em locais muito quentes e úmidos.
  • Sudorese excessiva.
  • Alterações hormonais, incluindo uso de pílula anticoncepcional.
  • Adolescência.
  • História familiar.
  • Fraqueza do sistema imunológico.

Apesar da fraqueza imunológico poder ser um gatilho para a proliferação da Malassezia, a grande maioria dos pacientes com pano branco são jovens perfeitamente saudáveis.

Sintomas do pano branco

Apesar do sinal mais comum da pitiríase versicolor ser o aparecimento de manchas brancas na pele, a verdade é que as manchas do pano branco podem ter mais de uma aparência diferente. Enquanto a maioria das lesões são hipopigmentadas, isto é, mais claras que a pele, há casos também de manchas hiperpigmentadas, ou seja, mais escuras que a pele.

As manchas do pano branco não costumam provocar sintomas, mas algumas pessoas se queixam de coceira.

As lesões da pitiríase versicolor podem ser brancas, cinzentas, cor de salmão, acastanhadas ou até avermelhadas, daí o termo versicolor. As manchas costumam ser múltiplas e ovais, apresentando, habitualmente, uma fina camada descamativa e se localizam preferencialmente na parte superior do tronco e dos braços e no pescoço. Nas crianças a face é um local frequentemente acometido. As lesões, em geral, são pequenas, mas se forem múltiplas podem se coalescer, formando uma ou mais grandes manchas na pele.

Habitualmente, as lesões do pano branco são comuns no verão, pois nesta época a maior exposição solar favorece o aumento do contraste entre as manchas e as áreas de pele sadia. Como já referido anteriormente, ao contrário do que diz o senso comum, não é a praia ou a piscina que provocam o pano branco, elas apenas intensificam o seus sinais.

A pitiríase versicolor é um problema basicamente estético. A infecção fúngica é muito superficial e não costuma causar maiores problemas de saúde. Em geral, os pacientes só procuram o médico por conta do incômodo estético.

Em alguns casos, as lesões podem desaparecer espontaneamente com tempo, mas muito pacientes ficam com as manchas na pele de forma persistente caso não sejam tratados.

Diagnóstico

As lesões do pano branco costumam ser bem típicas, e o diagnóstico na maioria das vezes pode ser feito clinicamente, sem necessidade de nenhum exame complementar. Se houver alguma dúvida, o dermatologista pode fazer uma raspagem das lesões e levar o material para observação no microscópio, o que facilmente identifica a presença do fungo.

Tratamento

Existe uma grande variedade de remédios disponíveis para o tratamento do pano branco. Como é uma micose superficial, a maioria dos casos de pitiríase versicolor pode ser tratada com medicação de uso tópico, como cremes, loções e shampoos. O uso de comprimidos fica geralmente restrito aos casos de lesões muito extensas ou quando o tratamento tópico não funciona.

Entre as opções de tratamento tópico do pano branco, os mais utilizados são aqueles à base de:

  • Sulfeto de selênio em solução tópica ou shampoo.
  • Ciclopirox Olamina em creme, pomada ou solução tópica.
  • Cetoconazol em creme, pomada ou shampoo.
  • Terbinafina em creme.
  • Clotrimazol em creme.

Quando as manchas são tão extensas que tornam a aplicação tópica de medicamentos um trabalho difícil, ou quando o tratamento tópico não é eficaz, o uso de antifúngicos em comprimidos costuma ser indicado. As opções mais indicadas são itraconazol ou fluconazol .

O cetoconazol também é uma opção eficaz contra o pano branco, porém, ao contrário da formulação para uso tópico, o cetoconazol em comprimidos pode ser tóxico ao fígado, motivo pelo qual atualmente damos preferência ao fluconazol ou itraconazol quando optamos por antifúngicos por via oral.

A taxa de cura da pitiríase versicolor é de cerca de 80 a 90%. É importante destacar que, em alguns casos, as lesões podem demorar meses para desaparecer, fazendo com que as manchas em si não sirvam como parâmetro para cura a curto prazo. Nos casos em que as lesões demoram para desaparecer, a eficácia do tratamento pode ser comprovada através da raspagem das lesões.

Em alguns indivíduos, a erradicação do fungo pode ser mais difícil, e o paciente pode precisar de tratamento preventivo com antifúngicos tópicos um vez por mês, principalmente se o mesmo viver em regiões tropicais. Este tratamento impede que a população de Malassezia torne-se excessivamente grande durante o verão.


Referências

  • Tinea versicolor: overview – American Academy of Dermatology Association.
  • Pityriasis versicolor – BMJ Best Practice.
  • Tinea versicolor (pityriasis versicolor) – UpToDate.
  • Pityriasis versicolor: a systematic review of interventions – JAMA.
  • Goldsmith LA, et al., eds. Yeast infections: Candidiasis, tinea (pityriasis) versicolor and malassezia (pityrosporum) folliculitis. In: Fitzpatrick’s Dermatology in General Medicine. 8th ed. New York, N.Y.: The McGraw-Hill Companies; 2012.

Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

Dra. Joana Brack

A Dra, Joana Brack é médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Pós Graduação em Dermatologia pela UFRJ.